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Convento Santa Eufémia
Convento Santa Eufémia

Igreja do Convento de Santa Eufémia - Ferreira Aves

A Igreja do Convento de Santa Eufémia, do século XII, conserva os portais românico-góticos originais. O interior é revestido de azulejos do tipo tapete do século XVII, que merecem um olhar atento. Nos cinco altares de talha dourada (século XVIII) mantêm-se expostas algumas imagens seiscentistas.

Em 1111, por iniciativa de Soeiro Gomes, é edificado um mosteiro. Situado na Ermida de Santa Eufémia, junto à capela sob sua invocação, na freguesia de Ferreira de Aves, concelho do Sátão, foi até 1136, uma comunidade de eremitas.

Mas, a verdadeira instituidora do Mosteiro de Santa Eufémia de Ferreira de Aves foi Dª. Maior Soares. Neta do fundador e viúva de Pelágio Fernandes, amplia o edifício e entrega-o a monjas beneditinas, com o objectivo de nele recolher as suas filhas, sobrinhas e “parentas”. D. Maior Soares, era apenas a protectora do mosteiro, zelando pelo desafogo e aumento material da comunidade.

O governo Espiritual foi entregue a abadessas. Em 1170 era o convento bastante rico e tinha como abadessa D. Maria Fernandes, tendo-lhe sucedido D. Maria Martins, em 1177.

Após a morte de D. Maior e suas filhas, Martinho Pais, bispo da diocese, entrega o mosteiro a religiosos e entra nele, bem como seu irmão D. João Pais. Em 1202 foi feita a substituição. Em 1206 estavam os religiosos a construir a igreja, mas em 1209 já estava reconstruída a comunidade feminina. Era abadessa, e foi-o até 1228, D. Maria Fernandes.

Até final do século XIII, o mosteiro prosperou, mas então, começaram a notar-se sinais de decadência, nomeadamente lutas com os patronos e separação entre a abadessa e a comunidade. No entanto, as freiras bentas mantiveram-se no convento de Santa Eufémia de Ferreira de Aves até meados do século XV. Em 1440 o número de freiras era reduzido. Tinha o mosteiro seis ou sete freiras quando morre a abadessa Leonor Pires Mourato. É eleita Inês Martins da Balsa. D. João Vicente, bispo de Viseu, sanciona a eleição, expulsa as restantes, reduz a igreja a benefício escolar unido ao mestre escolado e entrega o mosteiro aos religiosos da Ordem Terceira de S. Francisco. Os Franciscanos estiveram ali de 1450 a 1455.

D. João Vicente continuava a impedir o regresso das religiosas. Estas, apoiadas por toda a população do concelho, nobres e povo recorreram a Roma. A decisão foi delegada em D. Frei Fernando. Perante a situação das monjas e a sua vontade de condignamente, habitarem o mosteiro, os religiosos prontificaram-se a entregar-lhes a casa. Foi eleita abadessa Dª. Inês Martins, pelo bispo de Viseu, D. Álvaro.

Finalmente, em 4 de Novembro de 1460, e após grandes demandas, conseguiu este mosteiro de freiras bentas obter sentença a seu favor. Esta foi-lhes concedida por D. Frei Fernando, abade de Salzedas e juiz apostólico.

Verificam-se várias reformas, mas continuou um mosteiro modesto e sem ambições pois nem os instituidores eram pessoas de vastos recursos nem lhes foram concedidos grandes privilégios e benefícios. A vida conventual seguia a normalidade instituída pela regra de S. Bento. Esta regra foi escrita pelos homens, não havendo regra específica para mulheres. Por isso, cada mosteiro de monjas o aplicava à sua situação e sexo.

A partir de 1791 o número de monjas vai diminuindo lentamente. No entanto, o mosteiro perdura até 1891, 57 anos para além da extinção das ordens religiosas.

A documentação produzida ao longo dos séculos no Convento de Santa Eufemia de Ferreira de Aves, e que actualmente se encontra à guarda do Arquivo Distrital de Viseu, é composta por 28 livros e 389 documentos avulsos, cujo mais antigo remonta a 1512 1624 Abr. 13 – Rol da fazenda de raiz que tem e possui o Mosteiro.

ADVIS, Monásticos, Convento de Santa Eufémia de Ferreira de Aves, Cx. 1, N.º 13

O Convento foi extinto em 27 de Abril de 1891, por morte da última religiosa.

Contém autos de avaliação de prédios rústicos, inventários de prazos, de foros, relação de enfiteutas e foros, relação das recolhidas e criadas dependentes do suprimido Convento.

Integra sete cadernos do inventário dos bens (prazos, prédios urbanos e rústicos, foros) do Convento de Santa Eufémia (1890-1896).

Contempla relações de foros, censos para venda, bem como cadernos da descrição do Convento e anexos, das propriedades rurais e urbanas livres de foro ou pensão, títulos de Crédito Público e de escrituras de empréstimos feitos com fundos do Convento, entre outros (1857).

Compreende documentos relativos à venda do edifício, e concessão da igreja e sacristia, à Junta da Paróquia de Ferreira de Aves.

 

Localização

Interior do Convento de Santa Eufemia, Ferreira de Aves.jpg